O ministro da Saúde, Ricardo Barros, disse nesta
quinta-feira (19), em São Paulo, que o Sistema Único de Saúde (SUS) "é
direito do cidadão e uma garantia absoluta". Ele destacou a importância de
gerir melhor o sistema e gastar da maneira correta a verba disponível.
Questionado sobre as declarações publicadas em uma
entrevista ao jornal “Folha de S. Paulo” na qual afirmou que o governo não
tinha como assumir as garantias previstas na Constituição como o acesso
universal à saúde e que o tamanho do SUS precisa ser revisto, ele negou que
tenha dito isso.
“Eu não falei sobre o tamanho do SUS, eu falei sobre
Previdência. Quem leu a entrevista sabe perfeitamente disso. É uma polêmica
desnecessária. O SUS é direito do cidadão, garantia absoluta”, disse Barros.
Barros visitou na manhã desta quinta-feira (19) a Feira
Hospitalar, no Expo Center Norte, na Zona Norte de São Paulo. Após andar pelos
corredores do centro de exposição para conhecer as novidades, Barros falou
rapidamente com a imprensa, mas evitou comentar temas polêmicos, como a “pílula
do câncer”, por exemplo.
O ministro declarou que veio conhecer novidades para
aprimorar a utilização dos recursos disponíveis para o Sistema Único de Saúde.
“Aqui que se reúne as novas tecnologias, novos
procedimentos, novas técnicas e equipamentos, e é isso que nós precisamos para
gerir melhor o SUS, gastar melhor cada centavo que é utilizado no Sistema Único
de Saúde, que é um direito universal do cidadão brasileiro e que nós queremos
executar com o máximo de qualidade”, afirmou ele.
Engenheiro de formação e político de carreira, o novo
ministro da saúde afirmou em entrevista ao Jornal da Globo, na terça-feira (17)
que não haverá
mais dinheiro para a saúde e disse que se recuperar os R$ 5
bilhões cortados do orçamento da pasta já será uma vitória.
Carta
A Federação de Hospitais, Clínicas e Laboratórios do Estado de São Paulo,
entregou uma carta ao ministro na qual propõe mudanças e diversas portarias com
objetivo de reduzir custos sem afetar a qualidade assistencial.
“O que nós entregamos para o ministro foi um protocolo de
intenções, foi um ofício dizendo que existem muitas ações pra gente fazer para
diminuir o custo da saúde”, afirmou Yussif Ali Mere Júnior, presidente da
federação.
Para exemplificar, ele citou o uso de uma seringa
especial que pode ser trocada por uma mais simples. “Um exemplo é agulha
retrátil da seringa. Existe uma inovação que assim que você acaba de aplicar a
injeção uma capinha cobre a agulha inibindo acidentes de trabalho com
profissional da saúde. Essa agulha custa mito mais aro que o normal. Nós não
temos muitos problemas com acidente de trabalho para em um momento de crise com
esse exigir em todo lugar essa seringa que é uma inovação”, disse Yussif.
O ministro Ricardo Barros se comprometeu a ouvir com mais atenção as reivindicações da categoria.